sexta-feira, 30 de maio de 2014

COLOCAÇÕES NO ENSINO SUPERIOR

Mais candidatos conseguem colocação à primeira no ensino superior


Dos que concorreram à 1.ª fase do acesso ao ensino superior, 93% entraram. E 60% conseguiram lugar na sua primeira opção.

As taxas de ocupação no ensino universitário foram de 87% (91% no ano passado) e no politécnico não ultrapassaram os 55% (contra 61%) Paulo Pimenta



Havia menos alunos a disputar um lugar no ensino superior. Mas dos que se candidataram à 1.ª fase do concurso nacional de acesso, 93% conseguiram ficar colocados. É a percentagem mais elevada desde, pelo menos, 2003, último ano para o qual o Governo apresentou dados.
Este concurso foi marcado por uma redução das vagas disponíveis (cerca de 51 mil) e dos candidatos — 40.419, o que é o número mais baixo dos últimos anos. Perante este cenário, aconteceu o que seria previsível: foram colocados menos alunos — 37.415, o que é o quarto valor mais baixo, também desde 2003. Já a percentagem dos que ingressaram no curso que tinham assinalado como sendo a sua 1.ª opção subiu — 60% contra 54% em 2012. Um quinto (21%) conseguiu lugar na 2.ª opção assinalada no boletim de candidatura.
Os cursos de Ciências da Vida e de Ciências do Comportamento continuam a ser os mais procurados (93% das vagas disponibilizadas ficaram preenchidas). E os de Agricultura, Silvicultura e Pescas foram os menos desejados (este ano até abriram mais vagas nesta área, mas apenas 23% das 841 disponibilizadas recebem alunos, para já).
Em números absolutos, as listas do acesso que hoje podem ser consultadas na Internet, e que amanhã serão afixadas nas instituições de ensino superior, mostram que foi nos cursos de Engenharia e Técnicas afins que mais vagas sobraram (3431).
A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto regista a nota de entrada mais elevada do concurso nacional — o último candidato tem 18,1 valores (numa escala de zero a 20). De resto, pertencem à Universidade do Porto cinco das dez notas de entrada mais elevadas.
Apesar da redução da oferta de cursos, resultante de uma série de regras impostas pelo Governo, a começar pela extinção das formações que tivessem tido uma média de dez ou menos inscritos nos dois anos lectivos anteriores, várias instituições de ensino continuam a ver muitos dos seus lugares longe de estarem preenchidos. Globalmente, apenas 73% das vagas abertas foram ocupadas nesta 1.ª fase do concurso nacional. Sobraram 14.176 lugares. No ano passado a taxa de ocupação tinha sido de 77%.
As taxas de ocupação no ensino universitário foram de 87% (91% no ano passado) e no politécnico não ultrapassaram os 55% (contra 61%). Em comunicado, Joaquim Mourato, presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, diz que a descida é “pouco significativa”. Mas sublinha que “existem cada vez menos alunos a chegar ao ensino superior, facto que coloca a média portuguesa de diplomados muito abaixo dos objectivos definidos pela União Europeia”.
Tal como António Rendas, presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, Joaquim Mourato explica a redução dos alunos com os elevados níveis de insucesso escolar no secundário e com questões demográficas. Em declarações ao PÚBLICO, Rendas diz mesmo que não acredita que a crise esteja a inibir as famílias de colocarem os seus filhos no ensino superior — “Os mecanismos da acção social escolar estão todos orientados para que isso não aconteça.” Alerta, no entanto, que “esta tendência” se vai manter e que é preciso tomar medidas para que as instituições possam usar a sua capacidade instalada. Por exemplo, competindo por estudantes no estrangeiro. “Propusemos a criação de um concurso específico para estudantes internacionais, para os curso do 1.º ciclo de estudos”, explica. Nesse concurso entrariam apenas as vagas que não fossem ocupadas no concurso nacional. Até agora, não obteve resposta.
Contudo, universidades e politécnicos fazem questão de lembrar que o número final de novas admissões só será conhecido finda a 2.ª e 3.ª fase do concurso e os resultados dos concursos locais (para cursos como Música, por exemplo).
Como ler as tabelas (em formato PDF e Excel):
1. As listas publicadas incluem a seguinte informação sobre os resultados da 1.ª fase do concurso nacional de acesso em relação a cada curso, em cada instituição: grau académico; vagas iniciais; estudantes colocados; nota de candidatura do último colocado pelo contingente geral e vagas sobrantes para a 2.ª fase.
2. Graus académicos:
L1 — Licenciatura.
MI — Mestrado integrado
PL — Preparatório de uma licenciatura (os dois anos iniciais de um ciclo de estudos de licenciatura — o estudante que os conclui prossegue os seus estudos na instituição de ensino superior com que a instituição onde frequentou os dois primeiros anos firmou um protocolo)
PM — Preparatório de um mestrado integrado (os dois anos iniciais de um ciclo de estudos de mestrado integrado)
3. A ausência de nota de candidatura do último colocado pelo contingente geral resulta da ausência de colocados neste contingente (embora possam ter sido colocados estudantes nesse par instituição/curso através de contingentes especiais);
4. De 9 a 20 de Setembro decorrerá a apresentação da candidatura à 2.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior público de 2013. Na 2.ª fase são colocadas a concurso:
— As vagas sobrantes da 1.ª fase do concurso.
— As vagas sobrantes dos concursos especiais (Decreto Lei n.º 393 B
99, de 2 de Outubro).
— As vagas ocupadas na 1.ª fase do concurso em que não se concretizou a matrícula e inscrição, com excepção das vagas adicionais criadas nos termos do regulamento do concurso nacional de acesso.
— As vagas libertadas em consequência da recolocação de estudantes colocados na 1.ª fase, com excepção das vagas adicionais criadas nos termos do regulamento do concurso nacional de acesso;
— As vagas libertadas em consequência de rectificações na colocação na 1.ª fase, depois de deduzidas: as vagas adicionais criadas nos termos do regulamento do concurso nacional de acesso; as vagas que, até ao início da seriação dos candidatos, sejam utilizadas no atendimento de reclamações.
5. Quando, tendo sobrado vagas na 1.ª fase do concurso, o resultado das deduções atrás referidas conduza a um valor igual a zero ou negativo, o número de vagas colocado a concurso é um.
6. Tendo em vista corresponder à procura efectivamente verificada, as instituições de ensino superior podem aprovar novas vagas para os seus cursos, a colocar a concurso na 2.ª fase, quando demonstrem: a existência de procura, em 1.ª opção, na 1.ª fase, superior à oferta de vagas na instituição; a existência de procura, em 1.ª opção, na 1.ª fase, na respectiva área de formação sem a correspondente oferta no conjunto da rede pública; dispor de condições adequadas, designadamente em recursos humanos e materiais, para o aumento do número de vagas. Compete à Direcção Geral do Ensino Superior proceder à verificação da satisfação das condições atrás referidas.
7. Podem concorrer à 2.ª fase do concurso nacional de acesso:
a) Os candidatos à 1.ª fase não colocados;
b) Os candidatos colocados na 1.ª fase que pretendam concorrer de novo (se estes estudantes forem colocados na 2.ª fase, a colocação na 1.ª fase, bem como a matrícula e inscrição que realizaram, são anuladas);
c) Os candidatos que, embora colocados na 1.ª fase, não procederam à respectiva matrícula e inscrição;
d) Os estudantes que, embora reunindo condições de candidatura no prazo de apresentação das candidaturas à 1.ª fase, não se apresentaram a ela;
e) Os estudantes que só reuniram as condições de candidatura após o fim do prazo de apresentação das candidaturas à 1.ª fase.
8. As vagas sobrantes dos concursos especiais e as vagas ocupadas na 1.ª fase do concurso em que não se concretizou a matrícula e inscrição, bem como as eventuais novas vagas são divulgadas no dia 18 de Setembro no sítio da Internet da Direcção Geral do Ensino Superior (www.dges.mctes.pt).
10. Os resultados da 2.ª fase do concurso nacional de acesso são divulgados no dia 26 de Setembro.

                                    

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