quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Querida, matei o leão!

José Couto Nogueira
Milhares de caçadores deslocam-se todos os anos a África para praticar um desporto que é legal e bem-vindo em quase todos os países do continente – caçar. Não é de hoje. Já era corrente no século XIX. Teddy Roosevelt, por exemplo, que passou o ano de 1909 a caçar nada mais nada menos do que mil e cem (mil e cem!) peças, com o apoio de uma equipa de 250 guias e carregadores. Até que o mundo conheceu um leão chamado Cecil.
No dia um de Julho, faz agora pouco mais de um mês, um dentista norte-americano, Walter Palmer, matou um leão durante uma excursão organizada de caça no Zimbabwe. Palmer, um experiente caçador amador, tinha pago 50 mil dólares para praticar o seu desporto favorito num país onde é legal caçar e que até vê com bons olhos as divisas trazidas pelo turismo. Contratou um guia experiente e respectivos auxiliares, sendo-lhe garantido que todas as licenças estavam nos conformes.
Até aqui, a história não tem história nenhuma. O problema foi que o leão em questão, que se chamava Cecil, era muito bonito, um símbolo do Zimbabwe (usado para atrair caçadores ao país, sem dúvida…) e objecto de um estudo da Universidade de Oxford. Quando Oppah Muchinguri, a Ministra do Ambiente do país, deu pelo abate de Cecil, já Palmer tinha voltado tranquilamente para os Estados Unidos com a cabeça do bicho. Oppah referiu-se a ele em termos inequívocos: “Infelizmente foi tarde de mais para apreender o larápio, pois já se escondeu no seu país de origem.”

1 comentário:

  1. Si a Ministra do Ambiente do país tivese una equipa como deve, abria tido a inconformação de que um grande caçador de leonês estava a casa podendo salvar a Cecil

    ResponderEliminar